Elaboração enxuta da estratégia corporativa

A maioria das empresas entende os benefícios de padronizar processos críticos: redução de variação, maior produtividade e qualidade, e redução de custos. No entanto, tendem a abordar decisões estratégicas de maneira completamente diferente, acreditando que cada uma é única e exige um processo personalizado. Como resultado, lidam com decisões semelhantes de formas muito distintas. Essa inconsistência as torna mais lentas e leva a escolhas subótimas e resultados insatisfatórios — um problema evidente em uma pesquisa com executivos realizada pela Bain & Company. No entanto, não há razão para que o processo estratégico não possa se tornar um trabalho padronizado, assim como são os processos de fabricação. Diversas empresas líderes mostram como isso é possível. Seus executivos enfrentam a tomada de decisões estratégicas em três etapas: primeiro, definem prioridades articulando uma ambição de desempenho, comparando-a com uma projeção plurianual e identificando os problemas que precisam ser resolvidos para fechar as lacunas entre ambas. Esses problemas são inseridos em um backlog estratégico. Em seguida, para cada item do backlog, coletam dados de forma metódica, exploram alternativas e tomam decisões e compromissos altamente específicos. Por fim, monitoram o sucesso no cumprimento desses compromissos, fazendo ajustes e, se necessário, retornando os temas ao backlog. Ao adotar uma abordagem rigorosa para a estratégia, essas empresas conseguem reduzir desperdícios, agir com mais rapidez, tomar decisões mais acertadas e obter vantagem competitiva.  Continuar lendo Elaboração enxuta da estratégia corporativa

A comissária da WNBA fala sobre a transformação da liga de basquete feminino profissional dos EUA antes de uma temporada histórica

Para novos seguidores e observadores externos, o sucesso da WNBA na temporada de 2024 pode ter parecido repentino. Com a entrada das estrelas novatas Caitlin Clark e Angel Reese na liga profissional de basquete feminino dos Estados Unidos, foram batidos recordes de audiência na TV, público nos jogos, engajamento nas redes sociais, vendas de produtos licenciados e receitas com mídia e patrocinadores. No entanto, foram necessários anos de trabalho duro e preparação para chegar a esse ponto de virada. Fundada em 1997, a WNBA enfrentou altos e baixos em suas duas primeiras décadas. Quando Cathy Engelbert assumiu o cargo de comissária em 2019, a liga tinha grandes ambições e uma marca e produto fortes, com jogos de alta qualidade e atletas excepcionais, mas carecia de recursos. Ela estabeleceu uma nova estratégia orientadora centrada nas jogadoras, nos fãs e em outras partes interessadas, com investimentos intencionais em marketing e capacidades digitais, sustentados por um foco em crescimento sustentável. Graças a uma captação de recursos pós-pandemia, ela e sua equipe conseguiram colocar essa estratégia em prática.

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O que diferencia líderes inspiradores

Quando pessoas ao redor do mundo são convidadas a refletir sobre líderes inspiradores e líderes frustrantes, três fatores principais se destacam na diferença entre eles. Líderes inspiradores são visionários: enxergam o panorama geral e oferecem uma visão otimista e significativa do futuro. Isso atende à necessidade humana de significado e propósito. Líderes inspiradores são exemplos do comportamento desejado: são protetores calmos e corajosos, genuinamente apaixonados, extremamente competentes, mas também humildes. Isso atende à necessidade humana de proteção e paixão. Por fim, líderes inspiradores são ótimos mentores: empoderam, incentivam e demonstram empatia, mas também desafiam os outros a serem a melhor versão de si mesmos. Isso atende à necessidade humana de apoio e reconhecimento.  Continuar lendo O que diferencia líderes inspiradores

Como os melhores conselhos de administração se engajam com a gestão

Os conselhos de administração (boards) enfrentam hoje um desafio complexo: como fornecer a supervisão adequada da gestão sem comprometer sua autonomia e eficácia. Muitas vezes, os conselhos mantêm um único modo de engajamento em todas as situações, independentemente do tipo ou da importância da decisão a ser tomada. Essa falta de flexibilidade pode comprometer significativamente a eficácia do conselho, especialmente em contextos complexos e em rápida mudança. Este artigo apresenta quatro modos de engajamento — passivo, mentor, parceiro e controle — destacando as características únicas de cada um. A chave para se tornar um conselho ágil é entender que o modo de engajamento apropriado depende da decisão a ser tomada. Diversos fatores podem influenciar a escolha do modo adequado, mas a pesquisa dos autores revela que quatro são críticos: impacto no valor, conflitos de interesse, implicações para a missão e talentos e capacidades. Conselhos ágeis não apenas melhoram sua própria eficácia, mas também fomentam uma relação mais colaborativa e produtiva com a gestão, impulsionando melhores resultados para as organizações e seus stakeholders. Isso não é apenas um diferencial, mas uma necessidade.  Continuar lendo Como os melhores conselhos de administração se engajam com a gestão

O CEO da AXA fala sobre o seguro como uma ferramenta para gerar impacto positivo

A AXA é uma das maiores seguradoras do mundo, com um portfólio focado em seguros patrimoniais e de responsabilidade civil. Os líderes da empresa estão bem cientes dos riscos associados às mudanças climáticas, à instabilidade geopolítica, às crises de saúde pública e às tensões socioeconômicas. Desde que se tornou CEO da AXA, em 2016, Thomas Buberl tem direcionado a organização para seu papel social e societal. Ele explica por que decidiu se afastar do setor de combustíveis fósseis e como a AXA colabora com seus clientes para reduzir seu impacto ambiental e seus riscos. Uma das grandes áreas de inovação socialmente responsável da empresa é o grupo Emerging Customers, lançado em 2016 para atender a uma necessidade urgente: oferecer seguros para clientes de baixa renda nos países em desenvolvimento, que não podem arcar com apólices tradicionais, mas ganham demais para se enquadrar nos sistemas de assistência social.

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Três maneiras de liderar a aprendizagem corporativa

Qual é o melhor método para sua organização?

Atualmente, o desenvolvimento de novas habilidades, conhecimentos e mentalidades é fundamental para os principais esforços estratégicos da maioria das empresas. Isso deu origem a um novo tipo de líder sênior – os líderes de aprendizagem – que defendem e organizam iniciativas de aprendizado para as empresas e seus funcionários. No entanto, as evidências sobre a eficácia real desses programas são variadas, e tanto executivos quanto funcionários permanecem céticos em relação a eles. Para entender o motivo, um professor da INSEAD e seu colega entrevistaram líderes de aprendizagem em 69 empresas multinacionais. O problema identificado foi que as empresas frequentemente assumem que existe apenas uma maneira de liderar a aprendizagem. Na realidade, existem três: Custodiantes acreditam que a aprendizagem deve atender, acima de tudo, às necessidades da organização e são adequados para empresas que buscam alinhamento. Desafiadores acreditam que os indivíduos têm o direito intrínseco de crescer e que a aprendizagem deve apoiar o desenvolvimento pessoal. Eles são mais eficazes em empresas que precisam de inovação. Conectores integram ambas as abordagens e enfatizam a importância de unir as pessoas para aprenderem umas com as outras. Eles são mais eficazes em organizações fragmentadas que precisam de mais colaboração. Compreender as diferenças entre essas abordagens e o contexto certo para cada uma é essencial.

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Os líderes não devem tentar fazer de tudo

Muitas tarefas importantes podem ser realizadas por outras pessoas. O líder mais eficiente sabe focar naquilo que ele pode fazer muito melhor do que qualquer outra pessoa.

Os autores desse artigo que foi publicado no periódico Harvard Business Review são o ex-CEO da Procter & Gamble e o ex-reitor da Rotman School os Management.  Eles frequentemente se encontram diante de líderes sobrecarregados. Esses executivos estão tentando melhorar ou reverter a situação de uma organização ou da parte dela que lideram. Todos enfrentam uma longa (e geralmente crescente) lista de tarefas importantes. Todos entendem que o trabalho de um líder envolve esforço intenso, mas para muitos, a situação atual parece ser excessiva — e está piorando.

O problema é que, enquanto uma empresa pode sempre expandir sua capacidade para atender a uma demanda crescente, as horas de um líder são naturalmente limitadas: como diz o ditado, há apenas um certo número de horas no dia. Muitos líderes acreditam que podem fazer mais se simplesmente trabalharem mais arduamente e por mais tempo. Mas, com o tempo, eles se cansam, sua produtividade geral cai e correm o risco de se esgotar e desistir. Neste artigo, os autores, baseando-se em sua própria experiência e na de CEOs que aconselharam, explicam como escapar dessa armadilha.

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O CEO da e.l.f. Beauty escreve sobre Manter uma cultura de Startup enquanto expande sua empresa

Resumo:

Mesmo tendo se tornado um grande nome na indústria da beleza, a e.l.f. continua operando como uma startup, guiada por sua visão, missão e valores, agindo como uma equipe única, não hierárquica, apaixonada e de alto desempenho, além de buscar constantemente maneiras de avançar mais rápido que a concorrência.  Continuar lendo O CEO da e.l.f. Beauty escreve sobre Manter uma cultura de Startup enquanto expande sua empresa

Liderança e Inteligência Artificial

CONDUZINDO O IMPACTO DA IA DA SALA DE AULA À SALA DE REUNIÕES

A implementação e facilitação da IA devem ser deixadas apenas para especialistas em tecnologia? Como a liderança afeta a IA? Aqui estão insights do congresso Beyond Boundaries, organizado pela D’Amore-McKim School of Business, sobre como a liderança empresarial molda a adoção e o sucesso da IA.

A Inteligência Artificial está trazendo mudanças significativas para a sociedade, os negócios e o meio acadêmico. Para as escolas de negócios, é fundamental entender como organizações, líderes e educadores podem lidar com esse ambiente em rápida transformação. Na D’Amore-McKim School of Business (DMSB; Northeastern University), levamos essa questão a sério e a tornamos um ponto central na missão da nossa escola: educar líderes empresariais socialmente responsáveis, capazes de trabalhar, navegar e criar em um ambiente habilitado por IA. Para enfatizar a importância dessa missão em nossas atividades de pesquisa, ensino e interação com empresas, a DMSB lançou uma série de congressos chamada Beyond Boundaries. No primeiro congresso dessa série, exploramos a relação entre liderança empresarial e IA. O evento reuniu educadores, estudantes e especialistas em IA, incluindo o mestre de xadrez Garry Kasparov, para discussões aprofundadas e para identificar coletivamente como navegar neste novo cenário.

A seguir nesse artigo, discutimos os principais insights que surgiram desse congresso: Continuar lendo Liderança e Inteligência Artificial