O que o botão LIKE (curtir) pode nos ensinar sobre inovação

A invenção do botão curtir, que hoje pode ser encontrado em toda a internet, transformou a publicidade e o marketing digital e impulsionou o crescimento da indústria de mídias sociais. Embora a maioria das pessoas atribua sua criação ao Facebook, o botão foi, na verdade, utilizado de alguma forma por várias empresas anos antes de o Facebook adotá-lo. Na realidade, após três anos de pesquisa sobre suas origens, os autores não conseguiram identificar um único inventor do botão. E é isso que torna a história de sua origem tão instrutiva. O design e o desenvolvimento do botão curtir podem ser considerados um pequeno estudo de caso sobre a verdadeira natureza da inovação — que é distribuída, imprevisível e muito mais modesta em ambição do que as narrativas heroicas de inovação costumam sugerir. Isso tem implicações importantes para os gestores, que precisam parar de tentar controlar rigidamente a inovação e aprender a abraçar sua natureza bagunçada e iterativa. Para ter sucesso, eles precisarão estar abertos a surpresas, legitimar inconsistências, incentivar contribuições diversas e equilibrar processos estruturados com flexibilidade e curiosidade.

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Você está perdendo oportunidades de crescimento para sua plataforma?

Sete das 10 empresas mais valiosas do mundo no início de 2025 lançaram negócios baseados em plataformas, assim como mais de 60% das startups unicórnio. Muitas empresas que não começaram como negócios de plataforma — de varejistas como Walmart e Amazon a fornecedoras de software como Salesforce e ServiceNow — também aceleraram com sucesso seu crescimento por meio de estratégias de plataforma. Mas inúmeras empresas perderam oportunidades de crescimento. Por que uma empresa de plataforma consegue crescer enquanto outra não?

A pesquisa dos autores desse artigo publicado no periódico HBR aponta para quatro razões principais:

  1. empresas malsucedidas não consideram de forma sistemática todas as opções de crescimento;
  2. acreditam erroneamente que precisam possuir todos os tipos de interações que ocorrem na plataforma, sem perceber que grandes oportunidades de crescimento frequentemente residem em não possuir essas interações;
  3. ignoram opções de engajamento com empresas que podem agregar valor ou até mesmo transformar seus negócios;
  4. e não identificam um tema central forte que amplie seu escopo. Este artigo oferece orientações para superar esses obstáculos ao crescimento.

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Elaboração enxuta da estratégia corporativa

A maioria das empresas entende os benefícios de padronizar processos críticos: redução de variação, maior produtividade e qualidade, e redução de custos. No entanto, tendem a abordar decisões estratégicas de maneira completamente diferente, acreditando que cada uma é única e exige um processo personalizado. Como resultado, lidam com decisões semelhantes de formas muito distintas. Essa inconsistência as torna mais lentas e leva a escolhas subótimas e resultados insatisfatórios — um problema evidente em uma pesquisa com executivos realizada pela Bain & Company. No entanto, não há razão para que o processo estratégico não possa se tornar um trabalho padronizado, assim como são os processos de fabricação. Diversas empresas líderes mostram como isso é possível. Seus executivos enfrentam a tomada de decisões estratégicas em três etapas: primeiro, definem prioridades articulando uma ambição de desempenho, comparando-a com uma projeção plurianual e identificando os problemas que precisam ser resolvidos para fechar as lacunas entre ambas. Esses problemas são inseridos em um backlog estratégico. Em seguida, para cada item do backlog, coletam dados de forma metódica, exploram alternativas e tomam decisões e compromissos altamente específicos. Por fim, monitoram o sucesso no cumprimento desses compromissos, fazendo ajustes e, se necessário, retornando os temas ao backlog. Ao adotar uma abordagem rigorosa para a estratégia, essas empresas conseguem reduzir desperdícios, agir com mais rapidez, tomar decisões mais acertadas e obter vantagem competitiva.  Continuar lendo Elaboração enxuta da estratégia corporativa

Por que CEOs devem pensar duas vezes antes de usar IA para redigir mensagens

O que aconteceria se os CEOs começassem a escrever comunicações internas usando inteligência artificial generativa? Alguém perceberia? Provavelmente não, segundo um novo estudo. Mas isso não significa que os CEOs devem usá-la para redigir tudo. Veja o que eles podem fazer para escrever com IA de forma eficaz e transparente.

Dado o quão eficaz a IA é em imitar a escrita humana, não é surpresa que os CEOs estejam experimentando usá-la para redigir mensagens pessoais. Uma pesquisa da Harvard Business School de 2018 calculou que 24% do tempo médio de um executivo é dedicado à comunicação eletrônica. Mas o que aconteceria se os CEOs começassem a redigir comunicações para funcionários usando IA generativa?

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Como unir gestão de processos e Inteligência Artificial

A gestão de processos (process management), que dominou o mundo dos negócios na década de 1990 e depois caiu em desuso, está passando por um renascimento graças à inteligência artificial. As duas abordagens se reforçam mutuamente: a IA ajuda as empresas a ampliar significativamente os processos aprimorados, e processos bem gerenciados facilitam a obtenção de dados de alta qualidade necessários para treinar a IA. A combinação dessas duas estratégias pode gerar enormes ganhos de produtividade, mas exige uma grande gestão de mudanças. Neste artigo, os autores descrevem sete etapas que as empresas podem seguir para integrar pessoas, dados, análises e tecnologia — especialmente IA — para reformular processos e alcançar um desempenho empresarial cada vez maior.  Continuar lendo Como unir gestão de processos e Inteligência Artificial

Ainda estamos solitários no trabalho

Está na hora de as organizações adotarem uma nova abordagem.

Nos últimos anos, o grande impacto da solidão no trabalho sobre os custos com saúde, absenteísmo e rotatividade tem recebido ampla atenção. Apesar da crescente conscientização, o problema persiste, com um em cada cinco funcionários no mundo todo sentindo-se solitário no trabalho. Neste artigo, os autores desmistificam crenças sobre a solidão no trabalho, como a ideia de que o trabalho presencial ou a atribuição de tarefas em equipe podem resolver o problema. Eles enfatizam que a solidão não é apenas um problema pessoal, mas também organizacional, influenciado pelo ambiente de trabalho. Continuar lendo Ainda estamos solitários no trabalho

Como os melhores conselhos de administração se engajam com a gestão

Os conselhos de administração (boards) enfrentam hoje um desafio complexo: como fornecer a supervisão adequada da gestão sem comprometer sua autonomia e eficácia. Muitas vezes, os conselhos mantêm um único modo de engajamento em todas as situações, independentemente do tipo ou da importância da decisão a ser tomada. Essa falta de flexibilidade pode comprometer significativamente a eficácia do conselho, especialmente em contextos complexos e em rápida mudança. Este artigo apresenta quatro modos de engajamento — passivo, mentor, parceiro e controle — destacando as características únicas de cada um. A chave para se tornar um conselho ágil é entender que o modo de engajamento apropriado depende da decisão a ser tomada. Diversos fatores podem influenciar a escolha do modo adequado, mas a pesquisa dos autores revela que quatro são críticos: impacto no valor, conflitos de interesse, implicações para a missão e talentos e capacidades. Conselhos ágeis não apenas melhoram sua própria eficácia, mas também fomentam uma relação mais colaborativa e produtiva com a gestão, impulsionando melhores resultados para as organizações e seus stakeholders. Isso não é apenas um diferencial, mas uma necessidade.  Continuar lendo Como os melhores conselhos de administração se engajam com a gestão

A organização ambidestra

Os executivos corporativos devem constantemente olhar para trás, observando os produtos e processos do passado, enquanto também olham para frente, preparando-se para as inovações que definirão o futuro. Esse equilíbrio mental é um dos maiores desafios gerenciais, pois exige que os executivos explorem novas oportunidades ao mesmo tempo em que trabalham para aproveitar as capacidades existentes. Não é surpresa que poucas empresas consigam fazer isso bem. Mas, como todo empresário sabe, há empresas que conseguem.

Qual é o segredo delas? Essas organizações separam suas unidades exploratórias das tradicionais, permitindo que tenham processos, estruturas e culturas diferentes, ao mesmo tempo em que mantêm conexões estreitas entre as unidades no nível executivo sênior. Essas “organizações ambidestras“, como os autores desse artigo de 2004 as chamam, permitem que os executivos desenvolvam inovações radicais ou disruptivas enquanto também buscam ganhos incrementais. Continuar lendo A organização ambidestra

Como a P&G triplicou sua taxa de sucesso em inovação

Esse artigo (publicado em 2011 no HBR) conta como no início dos anos 2000, enfrentando uma lacuna alarmante entre suas metas de crescimento e o que seu pipeline de inovação estava entregando, a Procter & Gamble criou uma “fábrica de novo crescimento” — uma rede de estruturas e capacidades inovadoras para rapidamente levar novos produtos e até modelos de negócios desde a concepção até o mercado.

As inovações resultantes variam de uma lâmina de barbear de 33 centavos de dólar (no distante ano de 2011) para consumidores em economias emergentes até os Tide Dry Cleaners — estabelecimentos com janelas drive-thru e ponto de entrega e coleta 24 horas. Os autores desse artigo da década passada — Bruce Brown e Scott D. Anthony — nos relatam os seus desafios.

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A estratégia numa era de expertise abundante

Estamos nos estágios iniciais da era da inteligência artificial (IA), e a tecnologia está evoluindo extremamente rápido. Provedores estão introduzindo rapidamente “copilots“, “bots” e “assistentes” de IA em aplicações para aprimorar os fluxos de trabalho dos funcionários. Exemplos incluem o GitHub Copilot para programação, o ServiceNow Now Assist para melhorar produtividade e eficiência, e o Agentforce da Salesforce para tarefas diárias de negócios. Essas ferramentas foram treinadas em uma ampla variedade de fontes de dados e possuem um vasto conhecimento em muitos domínios. O nível de expertise dessas ferramentas continua crescendo rapidamente, enquanto o custo de acesso a elas diminui. Em um futuro relativamente próximo, agentes de IA mais avançados, equipados com maior capacidade e conhecimento mais amplo, operarão em nome dos usuários com sua permissão. Empresas que souberem aproveitar os benefícios da IA poderão conduzir negócios de maneira mais eficiente, inovar com mais agilidade e crescer com maior clareza e foco.  Continuar lendo A estratégia numa era de expertise abundante