Por que empreendedores deveriam pensar como cientistas

Em um estudo recente sobre startups europeias, uma técnica consistentemente melhorou o desempenho: o método científico, uma disciplina secular de formular, testar e ajustar hipóteses. Os empreendimentos que o empregaram geraram mais receita do que aqueles que não o fizeram e também foram mais propensos a abandonar ideias inviáveis, algo necessário para empresas em estágio inicial. A chave para mudar de direção é focar não nas suas ideias, mas nas respostas dos seus experimentos, que devem fornecer insights sobre a demanda dos clientes e os pontos problemáticos da indústria. Essa abordagem ajudou a Osense, uma startup focada em tecnologia para rastreamento de emissões de carbono, a encontrar seu modelo de sucesso. Sua primeira ideia era o aluguel de produtos entre pessoas e a segunda era uma plataforma para aluguel de veículos elétricos. Se não tivesse aplicado o método científico, “teríamos acabado com um produto que não era viável”, diz o cofundador Cosimo Cecchini.

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Liderando equipes globais de forma eficaz

Gestores ocidentais que lideram equipes globais enfrentam um desafio: sua experiência e formação geralmente estão enraizadas em contextos individualistas e enfatizam valores como autonomia, empoderamento, igualitarismo e autenticidade. No entanto, mais de 70% da força de trabalho mundial provém de culturas coletivistas e hierárquicas. Para ter sucesso, os gestores precisam desenvolver “inteligência cultural” — uma fluência para se adaptar a situações culturalmente complexas. Um bom ponto de partida é compreender quatro erros comuns que prejudicam líderes ocidentais: autonomia em excesso. A autonomia não é igualmente motivadora para todos. Algumas pessoas prosperam quando recebem processos claros e têm dificuldade em ser produtivas na ausência de uma liderança diretiva. Segurança psicológica em excesso. Pessoas de culturas coletivistas muitas vezes se sentem desconfortáveis com a ênfase no debate aberto e na franqueza. Ênfase excessiva nas diferenças. Quando as pessoas ficam excessivamente confiantes na compreensão das diferenças culturais, isso pode levar a um pensamento rígido, em que o comportamento é reduzido a estereótipos. Transparência em excesso. Para pessoas de culturas que valorizam a preservação da imagem, pode ser desorientador ouvir um líder falar abertamente sobre um erro. A inteligência cultural é a chave para navegar essas complexidades em equipes multiculturais.

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Como consertar nosso sistema de produção alimentar ineficiente

Especialistas concordam que a única forma de sustentar uma população que chegará a 8,2 bilhões até 2050 é aumentar a produção de alimentos e garantir uma distribuição mais equitativa e eficiente. No entanto, para salvar o planeta, a indústria agrícola também precisa reduzir drasticamente sua pegada e impacto ambiental. Esta é a questão difícil: como gerar mais com menos quando as apostas são existenciais? Quatro novos livros — escritos, respectivamente, por um filósofo, um cientista, um jornalista e um fundador de uma organização sem fins lucrativos — propõem soluções, incluindo princípios compartilhados, práticas agrícolas e pecuárias respaldadas por pesquisas e uma liderança pragmática.

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O que o botão LIKE (curtir) pode nos ensinar sobre inovação

A invenção do botão curtir, que hoje pode ser encontrado em toda a internet, transformou a publicidade e o marketing digital e impulsionou o crescimento da indústria de mídias sociais. Embora a maioria das pessoas atribua sua criação ao Facebook, o botão foi, na verdade, utilizado de alguma forma por várias empresas anos antes de o Facebook adotá-lo. Na realidade, após três anos de pesquisa sobre suas origens, os autores não conseguiram identificar um único inventor do botão. E é isso que torna a história de sua origem tão instrutiva. O design e o desenvolvimento do botão curtir podem ser considerados um pequeno estudo de caso sobre a verdadeira natureza da inovação — que é distribuída, imprevisível e muito mais modesta em ambição do que as narrativas heroicas de inovação costumam sugerir. Isso tem implicações importantes para os gestores, que precisam parar de tentar controlar rigidamente a inovação e aprender a abraçar sua natureza bagunçada e iterativa. Para ter sucesso, eles precisarão estar abertos a surpresas, legitimar inconsistências, incentivar contribuições diversas e equilibrar processos estruturados com flexibilidade e curiosidade.

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Você está perdendo oportunidades de crescimento para sua plataforma?

Sete das 10 empresas mais valiosas do mundo no início de 2025 lançaram negócios baseados em plataformas, assim como mais de 60% das startups unicórnio. Muitas empresas que não começaram como negócios de plataforma — de varejistas como Walmart e Amazon a fornecedoras de software como Salesforce e ServiceNow — também aceleraram com sucesso seu crescimento por meio de estratégias de plataforma. Mas inúmeras empresas perderam oportunidades de crescimento. Por que uma empresa de plataforma consegue crescer enquanto outra não?

A pesquisa dos autores desse artigo publicado no periódico HBR aponta para quatro razões principais:

  1. empresas malsucedidas não consideram de forma sistemática todas as opções de crescimento;
  2. acreditam erroneamente que precisam possuir todos os tipos de interações que ocorrem na plataforma, sem perceber que grandes oportunidades de crescimento frequentemente residem em não possuir essas interações;
  3. ignoram opções de engajamento com empresas que podem agregar valor ou até mesmo transformar seus negócios;
  4. e não identificam um tema central forte que amplie seu escopo. Este artigo oferece orientações para superar esses obstáculos ao crescimento.

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Elaboração enxuta da estratégia corporativa

A maioria das empresas entende os benefícios de padronizar processos críticos: redução de variação, maior produtividade e qualidade, e redução de custos. No entanto, tendem a abordar decisões estratégicas de maneira completamente diferente, acreditando que cada uma é única e exige um processo personalizado. Como resultado, lidam com decisões semelhantes de formas muito distintas. Essa inconsistência as torna mais lentas e leva a escolhas subótimas e resultados insatisfatórios — um problema evidente em uma pesquisa com executivos realizada pela Bain & Company. No entanto, não há razão para que o processo estratégico não possa se tornar um trabalho padronizado, assim como são os processos de fabricação. Diversas empresas líderes mostram como isso é possível. Seus executivos enfrentam a tomada de decisões estratégicas em três etapas: primeiro, definem prioridades articulando uma ambição de desempenho, comparando-a com uma projeção plurianual e identificando os problemas que precisam ser resolvidos para fechar as lacunas entre ambas. Esses problemas são inseridos em um backlog estratégico. Em seguida, para cada item do backlog, coletam dados de forma metódica, exploram alternativas e tomam decisões e compromissos altamente específicos. Por fim, monitoram o sucesso no cumprimento desses compromissos, fazendo ajustes e, se necessário, retornando os temas ao backlog. Ao adotar uma abordagem rigorosa para a estratégia, essas empresas conseguem reduzir desperdícios, agir com mais rapidez, tomar decisões mais acertadas e obter vantagem competitiva.  Continuar lendo Elaboração enxuta da estratégia corporativa

Por que CEOs devem pensar duas vezes antes de usar IA para redigir mensagens

O que aconteceria se os CEOs começassem a escrever comunicações internas usando inteligência artificial generativa? Alguém perceberia? Provavelmente não, segundo um novo estudo. Mas isso não significa que os CEOs devem usá-la para redigir tudo. Veja o que eles podem fazer para escrever com IA de forma eficaz e transparente.

Dado o quão eficaz a IA é em imitar a escrita humana, não é surpresa que os CEOs estejam experimentando usá-la para redigir mensagens pessoais. Uma pesquisa da Harvard Business School de 2018 calculou que 24% do tempo médio de um executivo é dedicado à comunicação eletrônica. Mas o que aconteceria se os CEOs começassem a redigir comunicações para funcionários usando IA generativa?

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Como unir gestão de processos e Inteligência Artificial

A gestão de processos (process management), que dominou o mundo dos negócios na década de 1990 e depois caiu em desuso, está passando por um renascimento graças à inteligência artificial. As duas abordagens se reforçam mutuamente: a IA ajuda as empresas a ampliar significativamente os processos aprimorados, e processos bem gerenciados facilitam a obtenção de dados de alta qualidade necessários para treinar a IA. A combinação dessas duas estratégias pode gerar enormes ganhos de produtividade, mas exige uma grande gestão de mudanças. Neste artigo, os autores descrevem sete etapas que as empresas podem seguir para integrar pessoas, dados, análises e tecnologia — especialmente IA — para reformular processos e alcançar um desempenho empresarial cada vez maior.  Continuar lendo Como unir gestão de processos e Inteligência Artificial

Ainda estamos solitários no trabalho

Está na hora de as organizações adotarem uma nova abordagem.

Nos últimos anos, o grande impacto da solidão no trabalho sobre os custos com saúde, absenteísmo e rotatividade tem recebido ampla atenção. Apesar da crescente conscientização, o problema persiste, com um em cada cinco funcionários no mundo todo sentindo-se solitário no trabalho. Neste artigo, os autores desmistificam crenças sobre a solidão no trabalho, como a ideia de que o trabalho presencial ou a atribuição de tarefas em equipe podem resolver o problema. Eles enfatizam que a solidão não é apenas um problema pessoal, mas também organizacional, influenciado pelo ambiente de trabalho. Continuar lendo Ainda estamos solitários no trabalho