ICBC

O Banco Industrial e Comercial da China Ltd (ICBC), é o maior banco no mundo, se considerado os ativos que ele possui. Existem outros bancos que possuem mais clientes ou mais agências. Mas em ativos o ICBC é o primeiro.

Consequentemente, também é o maior banco na República Popular da China, seguido pelo Banco da China, Banco Agrícola da China e pelo Banco da Construção Chinês. O valor dos seus ativos em 2017 era de 23 trilhões de dólares, aproximadamente 6 vezes maior que o PIB do Brasil, apenas para se ter uma ideia do seu tamanho.

Foi fundado em 1 de Janeiro de 1984. Ao final de 2003 ele tinha ativos da ordem de RMB 5,3 trilhões. O banco tem 19.000 filiais com cerca de 2,5 milhões de clientes de negócio e 150 milhões de clientes individuais. Com mais de 100 lojas fora da Ásia, o banco também atua no exterior.

Financiou em Janeiro 2012 a entrada da China Three Gorges Corporation (a maior hidrelétrica da China – 3 Gargantas) na EDP e tem uma representação em Lisboa.

As operações em Hong Kong do banco são enumeradas com o nome de “ICBC Asia”. A empresa não deve ser confundida com outra empresa chinesa, o Banco Industrial.

banco icbc

Listagem da FORBES EMPRESAS

Os bancos chineses ICBC e China Construction Bank ultrapassaram as americanas Exxon Mobil e JPMorgan como as maiores empresas do mundo com cotação em bolsas de valores, segundo a lista publicada em abril de 2013 pela revista “Forbes”.

Motivos para os bancos chineses liderarem em 2013 não faltam

A ascensão desses dois gigantes chineses se deve a um crescimento de dois dígitos tanto em suas vendas como em seus lucros. Mas as taxas de crescimento desses dois bancos estão se desacelerando, e nos próximos anos poderemos ver uma possível queda da rentabilidade no setor bancário chinês.

O terceiro lugar também ficou com uma entidade financeira, mas neste caso o maior banco por ativos dos Estados Unidos, o JPMorgan Chase (que em 2011 tinha liderado esta lista), com vendas de US$ 108,18 bilhões e um valor de mercado de US$ 191,45 bilhões.

O quarto posto é ocupado neste ano pelo conglomerado General Electric, e o quinto ficou com o líder do ano passado, a Exxon Mobil, que no entanto continua sendo a companhia mais rentável do mundo, com lucro de US$ 44,9 bilhões.


Cinco bancos chineses chegam ao Brasil

Esses bancos chegaram silenciosos como os soldados de terracota. Aplicam alguns milhões aqui, gastam outros bilhões ali e quando alguém faz as contas já são US$ 50 bilhões em investimentos diretos. Carros, eletrônicos, aço, energia elétrica, petróleo, gás, minérios. Eles seguem avançando. Nem tão em silêncio. Quando alguém se apercebe, um prédio inteiro na rua Presidente Vargas, no Rio de Janeiro, começa a falar mandarim.

Em São Paulo, um telefone toca na Rua Frei Caneca e do outro lado da linha um expatriado consegue usar sua língua materna para abrir uma conta bancária. A migração se completa.

Os chineses também estão trazendo seus bancos ao Brasil. Com ativos que superam o PIB brasileiro, os dois dos maiores bancos comerciais da China, que são os maiores do mundo, possuem licença emitida pelo Banco Central Brasileiro para operarem como banco múltiplo, com as carteiras comercial e de investimento e operações de câmbio.

O Banco da China (BOC) já está em funcionamento e figura na nonagésima posição do ranking que lista mais de 200 bancos que atuam no país. Multiplicou por cinco sua carteira de crédito em 2012 e investiu em uma agência bancária para atender o varejo.

O outro gigante, Banco Industrial e Comercial da China (ICBC), deve começar a operar em junho de 2013, segundo informações do BC.

No Rio, acaba de ser inaugurado o escritório de representação do Banco de Desenvolvimento da China (BDC), o poderoso banco de fomento do governo chinês, com ativos de quase US$ 1 trilhão e disponibilidade para financiar projetos de infraestrutura no Brasil. Além disso, pelo menos outras duas instituições já estão sondando o mercado brasileiro: o Banco da Construção e o Banco da Comunicação.

A própria área técnica do Banco Central confirma que mais chineses estão fazendo consultas informais.


Estratégia dos chineses

O desembarque das instituições financeiras chinesas tem como principal estratégia apoiar a ampliação da relação comercial entre os dois países e os investimentos de empresas chinesas. O comércio entre Brasil e China dobrou em cinco anos, chegando a US$ 75,4 bilhões. O plano para 2021 é ultrapassar os US$ 300 bilhões.

Na estratégia de competição, os bancos disputarão esse mercado com outras instituições estrangeiras já instaladas no Brasil e que focam os negócios entre brasileiros e chineses, como é o caso do HSBC, que atende cerca de 10% das operações comerciais entre os dois países.

A relação entre China e Brasil se iniciou com o comércio, em seguida se ampliou para a área industrial e consequentemente os serviços financeiros chegaram para apoiar a indústria.

Os bancos chineses vão tentar fazer o que o Brasil fez a décadas atrás, dando uma boa retaguarda para seus fornecimentos de equipamentos e serviços, como os voltados para a infraestrutura e construção pesada.

Estratégia também no varejo

A chegada dessas instituições permite um fato inédito na história do país: um cliente brasileiro já pode abrir uma conta e ter cartão de crédito de um banco 100% chinês. Isso é possível no Banco da China, que abriu agência comercial em São Paulo, oferecendo serviços bancários para clientes pessoa física e pessoa jurídica.

Apesar de a estratégia ser a de atrair clientes entre o grupo de funcionários e diretores das empresas chinesas que buscam produtos bancários que possam facilitar o gerenciamento diário de suas finanças pessoais, qualquer outra pessoa pode também abrir sua conta.

Vender a moeda chinesa, o RMB (renmimbi, o antigo yuan), para os comerciantes que vão à China em busca de produtos baratos também é um negócio potencial. No mercado corporativo, o banco atende ainda empresas brasileiras como Vale, Petrobras, Braskem e CSN, em operações de comércio exterior.

Em 2012 o volume de crédito concedido no Brasil passou de R$ 31,31 milhões em 2011 para R$ 173 milhões no ano passado. O banco teve faturamento de R$ 25 milhões, mas fechou o ano com prejuízo, de R$ 7,4 milhões, em função dos investimentos para a operação, como explicam as notas explicativas de seu balanço trimestral encerrado em dezembro.

O enfraquecimento da economia mundial, entretanto, fez com que o banco adotasse uma postura não tão agressiva ao fazer a análise, avaliação e aprovação de limites de crédito para empresas tomadoras de recursos. O Banco da China tem expandido empréstimos via Cédulas de Crédito Bancário, além de emitir volumes crescentes de garantias para empresas chinesas no Brasil com lastro em contra garantias emitidas no exterior pela matriz dessas corporações, o que reduz, consequentemente, os riscos de crédito – diz o relatório.


Chineses querem financiar, diretamente, projetos de infraestrutura

Financiar comércio exterior ou oferecer serviços financeiros a executivos expatriados e indústrias que investem no país são apenas as atividades iniciais dos bancos chineses que estão chegando ao Brasil. Essas instituições também querem entrar fortemente no financiamento direto à infraestrutura.

Em março, o Banco de Desenvolvimento da China inaugurou escritório de representação no Rio de Janeiro, ocupando um andar inteiro do prédio na avenida Presidente Vargas. O imóvel foi comprado pela empresa chinesa de transmissão de energia elétrica State Grid, que teve financiamento da instituição para adquirir ativos de transmissão no Brasil em 2010, quando pagou US$ 3,1 bilhões pela Plena Transmissoras.

A inauguração do escritório de representação contou com a presença dos governadores do Mato Grosso, André Puccinelli, do Tocantins, Siqueira Campos, do vice-governador de Goiás, José Eliton, e da senadora Kátia Abreu (TO), que é presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

Nos últimos anos, tem sido quase rotina o anúncio de instalação de novas empresas chinesas no Brasil. Os investimentos chineses estão voltados para setores estratégicos, como mineração e energia. A Câmara de Comércio e Indústria Brasil e China estima que os investimentos chineses no |Brasil já somem um total de US$ 50 bilhões.

A chegada dos bancos chineses no Brasil vai atrair novos investimentos para o país. Esse movimento é importante porque o Brasil tem potencial para ser uma superpotência no setor agrícola e precisa de investimento e financiamento para crescer.

Segundo levantamento do Conselho Empresarial Brasil China (CEBC), um centro de estudos sobre a relação bilateral sino-brasileira, os investimentos chineses mundo afora parecem buscar ativos que saciem as demandas da economia chinesa, muito dinâmica.

Estatísticas da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) analisadas pelo CEBC mostram que os investimentos chineses no Brasil, que representava 3,5% dos investimentos externos chineses de 1990 a 2009 na América Latina, cresceram para 62,7% em 2010. O estudo mostra que no período anterior a 2005, os investimentos chineses não eram significativos. A partir de 2010, no entanto, o país começou a experimentar um expressivo aumento dos anúncios de investimentos chineses no país, momento em que a China passou a incorporar as trocas com o Brasil às necessidades da sua economia.

Além de um aumento de 52% na corrente de comércio entre os países no período 2009-2010, a mudança assinala um novo e importante componente: a chegada de um grande volume de investimentos estrangeiros diretos – observa o estudo.


Estratégias diferentes para bancos da China, Japão e Coréia do Sul

Os bancos japoneses adotam atualmente uma estratégia de atuação diferente, concentrando-se somente no apoio às empresas japonesas, nem mesmo atendendo os seus executivos expatriados ou pessoas físicas de qualquer procedência.

Os bancos sul-coreanos não possuem uma operação no Brasil destacada, ainda que muitos projetos de infraestrutura com participação de empresas coreanas devam receber suporte do exterior.

Já os bancos chineses estão com voltados tanto para os investimentos estrangeiros como ao aumento do intercâmbio comercial que esperam, tanto em termos bilaterais como multilaterais, pois suas empresas e imigrantes também estão espalhados por todo o mundo.

Atuando como bancos múltiplos, os chineses estão interessados em todas as operações bancárias, inclusive cartões de créditos chineses que estão sendo aceitos em todo o mundo, pois os turistas chineses estão viajando por todo o mundo, e alguns destes cartões já são aceitos também no Brasil.

Como a China e o Brasil figuram entre os componentes do grupo que se tornou conhecidos como BRICS, mesmo com as dificuldades atuais na economia mundial, poucos duvidam que os emergentes continuem ganhando espaço na economia global.

Ao que tudo indica, a chegada dos bancos chineses vai ajudar a diminuir os custos de financiamento de muitos projetos no Brasil, aumentando aqui a competitividade de muitos setores, desde a infraestrutura de transportes e energia até o agronegócio.

Por isso, bem vindos chineses!


  • Fonte: Exame.com, Wikipedia e canais das empresas citados