As etapas do marketing digital – planejamento e execução

O crescimento da Internet e seu impacto em nosso dia-a-dia trouxe para os empreendedores oportunidades muito interessantes para alavancar negócios de todos os tipos. Antes, criar uma marca do zero que em pouco tempo ficasse conhecida e transmitisse toda a credibilidade necessária para uma venda era muito difícil ou, no mínimo, muito custoso. Conheça os desafios e as vantagens do marketing digital.

Se o negócio fosse B2C (venda para o consumidor), era preciso um bombardeio de mídia, comprando anúncios em revistas, jornais, rádio e TV. Para os negócios B2B (negócios entre empresas), precisávamos estar presentes em todos os eventos (seja por estandes, patrocínios ou palestras), comprar espaço em publicações da área, enviar mala direta, entre outros investimentos pesados.

Do lado de vendas, os desafios também não eram muito diferentes. Sem muitos clientes chegando até a empresa por conta própria, era comum o alcance dos negócios se limitarem aos contatos próximos do empreendedor e ao boca-a-boca dos primeiros clientes.

Para aqueles que avançavam e estruturavam uma área comercial proativa, a receita de bolo era sempre a mesma: levantar (ou comprar) uma lista de clientes potenciais, fazer a prospecção entrando em contato com todos (muitas vezes de maneira intrusiva), depois continuar com a venda para aqueles 0,5% a 1% que já estavam ativamente procurando por uma solução na sua área e deram uma atenção mínima para o vendedor já estressado pelo grande volume de “não’s” que escuta diariamente.

Esse processo de interrupção, tanto do lado do Marketing quanto de Vendas, tem se tornado cada vez mais caro e menos eficiente.

Hoje os consumidores e colaboradores das empresas têm acesso a uma quantidade de informações enorme, o que mudou completamente a forma como eles descobrem, pesquisam, aprendem, avaliam e recomendam produtos e serviços. A boa notícia é que a Internet permite formas muito mais inteligentes e lucrativas de atrair e guiar o seu potencial cliente até o momento da compra, e o mais importante, exige mais “cérebro” e menos “dinheiro” do que os meios tradicionais.

Isso certamente dá mais condições aos empreendedores construírem empresas de alto impacto. Não há fórmula mágica. Para dar resultado, o Marketing Digital exige bastante trabalho, disciplina e consistência.

No entanto permite, mesmo com um investimento financeiro pequeno, construir um canal de vendas escalável, sustentável e previsível. Com essa sequencia de artigos vamos mostrar o papel que o Marketing Digital pode assumir no crescimento de uma média ou pequena empresa, apresentar em detalhes como conduzir as 5 funções essenciais para o sucesso no canal e fechar com um mapa bastante prático de como colocar tudo isso em prática.


Como o Marketing Digital pode te ajudar a construir uma marca de alto impacto

Um dos principais benefícios do Marketing Digital é que, mesmo com baixo investimento, é possível trabalhar com ações muito efetivas, que vão desde trazer mais visitantes para o site até a converter mais desses visitantes em clientes. Por isso é bastante indicado também para empresas de médio e pequeno porte que querem crescer de forma acelerada. Confira abaixo algumas das que consideramos grandes vantagens do Marketing Digital para novas empresas:

Criação da posição de autoridade no mercado

Vamos falar sobre isso mais adiante, mas uma das melhores formas de atrair visitantes e convertê-los em Leads é publicando conteúdo sobre o seu tema de negócio. Trata-se, basicamente, de ensinar um pouco mais da sua área ao potencial cliente. A cada novo conteúdo que sua empresa publica sobre o seu tema de negócio, demonstra o quanto conhece do assunto.

De forma indireta, ela acaba provando que já possui um histórico na área, conhece bem os problemas do cliente em potencial e sabe como resolvê-los.

Uma consequência natural disso é conquistar uma posição de autoridade no tema e tornar-se referência no mercado, algo que pode facilitar muito a venda, principalmente para negócios B2B, em que o ciclo de vendas é mais longo, o comprador tem mais responsabilidade e precisa confiar muito na solução que está comprando.

Outro ponto interessante é que bons conteúdos tem maior chance de se espalhar de forma viral, ampliando enormemente o alcance da empresa sem que seja necessário pagar para tal.

Canal escalável, sustentável e previsível

Todo modelo de compra de atenção, seja ele em mídia ou eventos, tem algumas limitações. A primeira é que nem sempre é possível alcançar mais pessoas e, quando isso é possível, sua empresa necessariamente precisa gastar ainda mais.

A segunda é que, no dia em que sua empresa deixa de investir, ela deixa também de receber visibilidade e adquirir novos clientes. No caso do Marketing Digital a coisa pode ser bem diferente.

O público na Internet é gigante e, mesmo que o começo seja embrionário, se sua empresa fizer um bom trabalho certamente vai conseguir ganhar escala e alcançar um público relevante.

Um bônus em relação a isso é que esse ganho de escala também não costuma vir acompanhado de crescimentos consideráveis de custos. Um blog, eBook ou qualquer outra coisa que sua empresa ofereça pode alcançar 1 ou 1.000.000 de pessoas, com diferenças de custos mínimas entre os dois casos.

Além disso, a construção de autoridade do seu arquivo de conteúdos perante o Google (que gera mais tráfego pelas buscas), o número de emails coletados ou os seguidores em mídias sociais, são todos construídos de forma incremental e, mesmo que sua empresa deixe de investir nisso em algum momento, continuará contando com o ativo já construído.

Por fim, o alcance das ações que sua empresa já realiza em Marketing Digital não costuma sofrer mudanças muito bruscas. Assim, mantendo o esforço mês a mês, sua empresa consegue ter uma boa previsibilidade de qual vai ser o crescimento e quanto pode contar com o canal.

Barreira competitiva

No tempo em que, para se comunicar com os consumidores, as marcas precisavam “alugar audiência” investindo em mídia tradicional, era comum surgir um concorrente da noite para o dia e comprar o mesmo espaço.

No Marketing Digital as empresas conseguem construir uma audiência própria, estabelecendo um canal de relacionamento direto com o cliente, seja via site, blog ou redes sociais. É ótimo ter essa audiência permanente e poder acessá-la a qualquer hora e praticamente sem custos.

Um outro efeito importante é que esse ativo acaba se tornando uma grande barreira competitiva, dificultando que novas empresas – ou mesmo empresas maiores entrando no seu mercado – alcancem o mesmo patamar da sua.

É relativamente fácil um novo concorrente lançar um produto ou serviço equivalente ao seu, mas é difícil uma empresa nova conseguir ter, do dia para a noite, o mesmo alcance e confiança de outra que já tenha investido bastante tempo na construção de sua audiência e tenha se tornado referência no mercado em que atua. Construir um ativo de marketing é um processo de médio e longo prazo, mas muito difícil de ser copiado e com resultados duradouros.


O que é preciso para chegar lá

Agora que você já sabe quais são as principais vantagens do Marketing Digital e como ele pode ajudar a construir uma empresa de alto impacto, vamos falar sobre os recursos necessários para implantar uma boa estratégia de Marketing Digital.

Conhecimento

Quando falamos de conhecimento, podemos desdobrar em duas frentes diferentes. Na primeira delas, é preciso ter muito conhecimento sobre a área de negócio em que sua empresa atua. Para atrair uma audiência qualificada e com interesse no que sua empresa tem a dizer, é essencial que você de fato conheça o tema e saiba do que está falando. Ninguém vai se tornar uma referência se não tiver capacidade para assumir esse papel.

Outra frente é referente aos conhecimentos de Marketing Digital. Conhecer seu tema de mercado é o mais fundamental, mas há conceitos e detalhes técnicos da parte online que podem fazer toda a diferença nos resultados. São diversas as áreas em que podemos investir, tais como Blog, SEO, Landing Pages, Mídias Sociais, Email Marketing, entre outras. Cada uma delas tem suas próprias regrinhas, práticas que funcionam bem e que não funcionam.

Não é necessário virar um expert da área, mas certamente é importante ter um conhecimento básico e abrangente para conseguir resultados para sua empresa.

Tecnologia

A tecnologia é essencial para potencializar os resultados obtidos nas ações de Marketing Digital. Ferramentas adequadas devem possibilitar 3 coisas muito importantes:

  • Garantir um maior impacto pela correta utilização de recursos técnicos;
  • Aumentar a produtividade na execução das tarefas;
  • Fornecer informações inteligentes para tomada de decisão.

Só para exemplificar alguns cenários, os posts em mídias sociais têm uma eficiência maior caso consigamos mensurar e identificar os melhores horários para envio e também deixar as publicações agendadas; O histórico de um potencial cliente no CRM pode servir de munição para vendas ou para ações de relacionamento; As Landing Pages – páginas de captação de contatos – devem ser otimizadas para conversão, ter alta disponibilidade e garantir que nenhum dado seja perdido. Ou seja, escolher uma boa ferramenta é um passo importantíssimo.

Há várias possibilidades, mas em geral sua empresa deve escolher entre ter uma ferramenta integrada, que junte todas as funções em uma única plataforma ou ferramentas específicas – e em alguns casos mais aprofundadas – para cada uma das funções (monitoramento, análise, email marketing, etc).

Tempo investido (pessoas)

Ainda que uma parte das tarefas de Marketing Digital não exija dinheiro, como por exemplo produzir conteúdo para atrair visitantes e manter o relacionamento, é necessário um bom investimento de tempo dos profissionais envolvidos. A consistência é chave para os resultados e é comum que em alguns casos, quando a correria do trabalho aperta, as tarefas de Marketing Digital fiquem um pouco de lado.

Se sua empresa de fato optar por investir em Marketing Digital, defina um tempo reservado para isso, seja de si próprio e/ou de algum funcionário e respeite ao máximo essa alocação. Da nossa experiência com PMEs, são necessárias no mínimo 5 horas semanais de envolvimento para extrair resultado.

Paciência

Pode parecer estranho, mas outro recurso necessário para ter sucesso em sua estratégia de Marketing Digital é paciência. Isso porque os resultados “orgânicos” (ex. crescimento de audiência, autoridade frente ao Google, etc.) demoram um pouco a aparecer. O retorno vem de forma muito mais intensa em médio e longo prazo, só depois de alguns meses de investimento.

Muitos empreendedores acabam desistindo antes desse período, pensando que se o resultado não veio nos primeiros meses isso não vai acontecer. Apesar de ser natural, recomendamos que se tenha persistência, pois com um trabalho de marketing por conteúdo bem feito os resultados são garantidos. Já vimos isso em diversas ocasiões.


As 5 funções necessárias para um Marketing Digital efetivo

Uma empresa tem cinco funções fundamentais dentro do Marketing Digital:

  1. ela precisa atrair visitantes qualificados;
  2. converter potenciais clientes em Leads (oportunidades de negócio);
  3. se relacionar com pessoas em todos os estágios desse funil de vendas;
  4. fechar as vendas;
  5. analisar os dados para otimizar a performance e garantir maior retorno.

Vamos explicar cada uma destas funções e como as diferentes técnicas de Marketing Digital ajudam a realizar cada etapa.

Atrair

Sem uma boa atração de visitantes para o site, nenhuma outra das 4 etapas faz muito sentido. Conseguir tráfego de qualidade é um dos objetivo mais comuns de quem começa a investir em Marketing Digital e também uma das maiores dificuldades. Vamos falar sobre as 3 tarefas que garantem ótimos resultados nesse objetivo:

  • Produzir conteúdo;
  • Otimizar conteúdo;
  • Comprar mídia.

Produzir Conteúdo

Tenha em mente que, quando falamos de produzir conteúdo, não estamos falando sobre escrever o quanto seus produtos e serviços são milagrosos e representam exatamente o que seu cliente procura. A forma ideal de produzir esse conteúdo próprio é falar sobre temas que realmente atraiam a audiência por sua utilidade.

Publique artigos sobre sua área de atuação e o que ela tem a oferecer para os clientes, quais as principais novidades, entre outras possibilidades. Se sua empresa é especialista em RH, fale sobre as boas práticas de gestão de pessoas. Se você tem uma concessionária, dê dicas de manutenção de carros ou de como economizar combustível.

É essa estratégia de produção de conteúdo que funciona para a atração de visitantes. É ele que as pessoas mais se interessam em ler, compartilhar em mídias sociais, indicar em outros sites através de links e que, pela soma de tudo isso, vai fazer sua empresa ser vista como referência.

Confira essas dicas para iniciar sua produção de conteúdo:

Ensine seu potencial cliente

A principal dica é: entenda quais são os problemas de seu cliente relacionados à área de atuação de sua empresa e ensine o máximo que puder. Muitas vezes seu potencial cliente até tem uma demanda por determinado tipo de produto ou solução, mas ainda não se deu conta disso.

Ajude-o a entender que tem um problema e quais são as possíveis soluções. O conteúdo educativo ajuda a perceber diferentes formas de resolver e, invariavelmente, a forma de resolver vai estar relacionado ao produto ou serviço de sua empresa.

A ideia é que, fornecendo informações sobre os assuntos relacionados, sua empresa passe a ter autoridade sobre o tema. Essa técnica, em que você mostra ao mesmo tempo que genuinamente está interessado em ajudar e conhece do assunto, é muito efetiva para conquistar a confiança do potencial cliente.

Comece logo

Outra dica importante é começar logo, já que a consolidação da audiência e da autoridade perante o Google costuma demorar um pouco para aparecer. Quanto antes você começar, melhor: mais cedo sua empresa vai colher os resultados.

Escolha uma boa plataforma

É importante também ter uma boa plataforma para produção e publicação de conteúdo e, em geral, o blog deve ser seu principal aliado. Há várias plataformas para gestão de um blog e elas são importantes para que o autor ou o editor do blog consiga publicar os textos sozinho. Ao mesmo tempo, ela precisa ser pré-otimizada para ferramentas de busca.

Existem várias no mercado, mas pela diversidade de plugins e estrutura amigável ao Google, as mais recomendadas são o WordPress ( plataforma WordPress.org e não do sistema de hospedagem gratuita WordPress.com) e o Joomla. É imprescindível que o blog fique instalado no mesmo domínio da sua empresa.

Seja consistente

Muitas empresas têm receio de começar pensando que precisará de muitos recursos para manter um blog, mas de fato não é preciso de muito para investir. Para deixar mais concreto, sua a empresa já estará bem acima da média se publicar um artigo por semana no blog.

Se sua empresa tem, por exemplo, quatro profissionais aptos a contribuir com artigos, basta que cada um produza um post por mês para atingir o objetivo acima.

Mais importante do que escrever muito é escrever com qualidade, consistência e uma periodicidade bem definida, para que seus leitores saibam com que frequência receberão novos conteúdos.

Otimizar Conteúdo

Publicar conteúdo é uma coisa. Outra bem diferente é garantir que esse conteúdo de fato alcance as pessoas e seja visualizado pelo seu público. Para isso, é preciso otimizar o conteúdo para ser encontrado em canais onde as pessoas realmente estão. Nesse caso, vamos falar da otimização para dois desses canais: as ferramentas de busca (como o Google) e as mídias sociais.

SEO

A otimização para serviços de busca é chamada de SEO (Search Engine Optimization). SEO é um conjunto de técnicas que tem como objetivo fazer com que suas páginas apareçam bem posicionadas nos resultados das ferramentas de busca quando o seu potencial cliente buscar por termos relacionados ao seu mercado de atuação.

Como o Google detém 90% do share de mercado, geralmente focamos mais nessa ferramenta, mas boa parte daquilo que vale para o Google vale também para as outras opções. Para fazer a classificação dos resultados mais importantes, o Google analisa mais de 200 itens como fatores de rankeamento. Para simplificar, podemos trabalhar pensando em dois grandes pilares: o conteúdo e a autoridade. Para analisar o conteúdo, o Google procura por “pistas” lendo as partes mais importantes de uma página.

Assim como podemos identificar o tema de um livro ao olhar sua capa, sumário e alguns trechos, o Google consegue identificar qual é o assunto da página olhando, principalmente, para o Page Title (título da página no HTML), número de vezes em que a palavra-chave aparece ao longo do texto, texto alternativo das imagens e etc.

É muito comum vermos, por exemplo, empresas usando “Home” ou “Página inicial” como Page Title, desperdiçando assim a oportunidade de usar os termos procurados pelos potenciais clientes em uma das partes do site mais valorizadas pelo Google. Todas as páginas terem o mesmo Page Title é outro erro comum.

Já a autoridade é o fator que faz, entre duas páginas que falam do assunto, uma ficar à frente da outra. O Google mede isso, principalmente, pela quantidade de recomendações (links) que uma página recebe.

As recomendações em mídias sociais, principalmente o Google+, também vêm ganhando peso ao longo do tempo. Essa é a base de um bom trabalho de SEO: páginas orientadas para as palavras-chave que são importantes para o seu negócio e procuradas pelo seu público combinadas com autoridade conquistada por meio de links recebidos.

SMO

A Social Media Optimization ou otimização para mídias sociais tem como objetivo alcançar um número maior de pessoas por meio das interações realizadas na redes. Além de algumas redes sociais atraírem muitos visitantes por si só, o Google vem valorizando cada vez mais em seu algoritmo o quanto o conteúdo de determinada página é compartilhada nessas mídias.

Incentivar e facilitar o compartilhamento através de botões em cada post é praticamente obrigatório para qualquer blog. No entanto, é possível ir ainda além e tentar trazer mais tráfego através desse canal. Uma forma de ampliar o poder de alcance é utilizar Pagamento Social em seus materiais. Utilizando esse recurso, você determina que seu público–alvo só consegue acessar o conteúdo, se compartilhar o link, em Twitter ou Facebook, por exemplo.

Também é possível ampliar o alcance investindo na Automação de Publicações, muito útil para extrair mais resultado de conteúdo que já foi publicado. Utilizando alguma ferramenta, sua equipe pode agendar a publicação de links nos melhores horários e frequência para o seu público.

Comprar Mídia

Para que as empresas que estão começando tenham algum fôlego no início de suas operações enquanto os resultados orgânicos não aparecem, investir na compra de mídia online é bastante indicado. Além de permitir o aumento no número de visitantes qualificados do seu site da noite para o dia, anunciar nas mídias online é também uma forma de aprender um pouco melhor sobre o comportamento dos usuários no canal, mesmo quando sua presença ainda não é muito relevante.

Você pode ir dosando conteúdo com anúncios e, aos poucos, à medida que seu site for ganhando autoridade e acessos orgânicos, ir diminuindo o investimento. O que funciona Atualmente há duas opções de mídia que são as mais recomendadas: Goodle Adwords e Facebook Ads

Facebook Ads

Os anúncios no Facebook são interessantes para atrair pessoas no começo do processo de vendas, aquelas que ainda não identificaram que têm algum problema ou não estão ativamente procurando uma solução.

O ponto forte dos anúncios na rede social é a segmentação. Podemos escolher o público por sexo, região, profissão, interesses (que inclui as páginas curtidas), entre outras definições, aparecendo na tela dos usuários definidos como público-alvo.

Geralmente são anúncios mais baratos, que permitem a construção de uma audiência de qualidade rapidamente. No entanto, precisam ser trabalhados com bastante conteúdo ao longo do tempo para efetivamente realizarem a compra.

Google Adwords (Links Patrocinados)

Anunciar nos Links Patrocinados do Google é útil para atrair quem já busca por soluções, pois a chamada para o site aparece quando o usuário digita algumas das palavras-chaves que a empresa definiu na compra do anúncio. Ou seja, só acha esse conteúdo quem está buscando por ele.

De forma geral, os visitantes vindos do Adwords estão mais próximos do momento de compra, o que pode acelerar as vendas para sua empresa. No entanto, essa atratividade gera uma competição maior e como os anúncios funcionam no formato de leilão, o preço pode ser um pouco maior.

O que não funciona

Por outro lado, há algumas ações bem conhecidas, mas que não se sustentam ao longo do tempo. Os anúncios em banners em grandes portais são um exemplo disso.

Eles custam muito caro e os usuários já estão condicionados a não olhar mais pra eles. Na prática, os resultados são mínimos para um investimento que certamente pesa para uma empresa nascente. Existem ainda as práticas nefastas, como comprar seguidores ou comprar listas de email.

Nem pense em fazer isso, não só para evitar manchar a reputação de sua empresa, como também para evitar desperdícios financeiros. Essas pessoas nunca demonstraram interesse na sua empresa e a prática certamente não vai funcionar.

Se é para gastar com mídia, invista no Facebook Ads ou no Google Adwords, que já têm o funcionamento comprovado. Com as técnicas certas, eles funcionam muito bem.

SPAM – nunca envie mensagens de email não solicitadas. É horrível para o usuário de email ter de organizar regularmente sua caixa de entrada, eliminando emails inúteis misturados com mensagens importantes. A prática de SPAM pode entregar uma experiência ruim da sua marca para o potencial cliente.

Converter

Realizando da forma correta as atividades de atração, o tráfego está resolvido e é necessário seguir para o próximo desafio. O objetivo é sempre fazer com que esses visitantes se tornem clientes. Em sites de ecommerce, esse caminho é mais curto e evidente: é um comportamento comum as pessoas clicarem no botão de compra e realizarem a conversão.

Em vendas um pouco mais complexas, a situação acaba sendo um pouco diferente. São necessários passos intermediários e é sobre um desses passos que vamos falar agora: tornar os visitantes em Leads.

Por que gerar Leads?

Em uma venda mais complexa, em especial as B2B, os clientes precisam ter muita segurança em relação ao fornecedor antes de realizar a conversão. Os tomadores de decisão possuem uma grande responsabilidade e deverão responder caso a contratação não resolva de fato o problema. Por isso, ganhar a confiança e permitir que essas pessoas conheçam bem sua empresa é um passo essencial para a venda se concretizar.

Uma analogia que costumamos fazer é que uma venda complexa é como realizar um casamento. Não é no primeiro dia que se faz o pedido: é preciso conhecer, trocar telefones, marcar encontros, começar a namorar, conhecer família, entre outros passos importantes.

A geração de Leads é o equivalente a trocar telefones: buscamos obter informações de contato de alguém que demonstrou interesse no seu tema de mercado e usamos a gestão de Leads (o relacionamento com o potencial cliente) para ganhar confiança e gerar demanda ao longo do tempo.

É um erro bastante comum de diversas empresas ter um site só com os produtos e serviços. O autor Chet Holmes, no livro The Ultimate Sales Machine, uma das referências na área de Vendas, explica que, para um mercado qualquer, o momento de compra dos clientes forma quase que um padrão. Segundo ele, apenas 3% do público está ativamente buscando opções e querendo comprar algo e cerca de 7% está aberto a propostas.

Nesse cenário, Holmes mostra que se existisse um estádio inteiro com os seus potenciais clientes e se sua empresa pegasse o microfone para apresentar as características e benefícios do seu produto/serviço – a venda direta, que a maioria das empresas tende a fazer em seu site e apresentações – 90% da audiência se levantaria e iria embora.

É preciso então criar mecanismos para conseguir ter um site interessante e prender mesmo aqueles que ainda não têm um interesse claro no seu produto ou serviço.

Para ser efetivo na geração de Leads, precisamos pensar em iscas que sejam atrativas para toda a pirâmide. Só assim seremos atrativos e ganharemos a chance de continuar com um bom relacionamento com esses potenciais clientes.

A mecânica da geração de Leads

Uma mecânica efetiva de geração de Leads tem três pilares importantes: oferta, Landing Page e promoção. Vamos falar então sobre cada um desses componentes:

  • Oferta

A intenção da oferta é servir como uma isca, algo que valha a pena para o visitante deixar seus dados de contato em troca de um benefício gratuito. Entre as ofertas mais comuns estão eBooks, Webinars, Whitepapers, templates e ferramentas gratuitas.

Esses materiais devem ser interessantes para todo o seu público alvo, independente do momento de compra em que cada pessoa se encontra. Por isso priorize temas educativos e interessantes. Além de trazerem muito tráfego, esses materiais nos garantem milhares de Leads gerados mês a mês.

  • Landing Page

A Landing Page é uma página totalmente orientada para conversão. É essa página que usamos para apresentar a oferta e pedir os dados do visitante em um formulário Uma boa Landing Page é aquela que não oferece muitas distrações e deixa o potencial cliente praticamente com duas opções: converter ou sair.

Essa página deve também destacar objetivamente o que é a oferta e os benefícios que a pessoa vai ter ao converter. O número de compartilhamentos em mídias sociais, além de incentivar a divulgação, pode funcionar como prova social e gerar mais segurança para quem for fornecer seus dados.

  • Promoção

Depois de definida a oferta, é hora de estipular como será a promoção, o que significa planejar como os seus visitantes vão tomar conhecimento do conteúdo (e da Landing Page) que sua empresa está oferecendo. Uma forma bastante comum de realizar a promoção é ter, no seu site, alguns calls-to-action (como banners) direcionando o usuário para a Landing Page. Esse tipo de estratégia funciona não só para as páginas principais, como a Home, mas também ao final de cada post no blog.

Se o material tiver uma forte relação com o tema do post, as chances de sucesso são ainda maiores. Há ainda outras formas de fazer uma promoção eficiente, como enviar Email Marketing para sua base informando a nova oferta, divulgar o link nas mídias sociais ou investir em anúncios (tanto em Adwords quanto em Facebook Ads) que direcionam diretamente para a Landing Page.

Relacionar

Uma vez que sua empresa já tenha realizado as estratégias de oferta + promoção + Landing Page e, por consequência, já tenha uma boa base de Leads, está na hora de gerenciar esses contatos e investir no relacionamento com os clientes em potencial para “esquentá-los” e aproximá-los do momento da compra. Vemos duas grandes formas de se manter próximos e ter um bom relacionamento com o potencial cliente:

  • Nutrição de Leads

A nutrição de Leads é, basicamente, uma forma bem avançada de Email Marketing. Ela se caracteriza pelo envio de uma sequência de e-mails de forma espaçada e automatizada para um usuário de um determinado perfil e/ou que tomou alguma ação específica. É uma técnica que permite um follow-up eficiente e pessoal, já que é direcionado para o interesse e timing correto do Lead e tem a vantagem de deixar para o software o trabalho de “esquentar” Leads que ainda não estão prontos para a compra.

Você pode configurar, por exemplo, para depois que o Lead baixe um eBook sobre o tema X, que o sistema o envie em dois dias um outro material sobre o mesmo tema, depois em mais dois dias outro email com dicas diversas sobre o mesmo tema, e depois de mais três dias um convite para uma conversa com o seu vendedor para descobrir formas de trabalhar o tema X com seu produto ou serviço.

  • Mídias Sociais

Antigamente, para se comunicar com os consumidores, as marcas precisavam “alugar audiência”, investindo em mídia tradicional. Hoje, as empresas conseguem construir audiência própria, estabelecendo um canal de relacionamento direto com o cliente por meio das mídias sociais. Como falamos, essa é inclusive uma possível barreira contra a entrada de novos competidores. Uma audiência fiel é algo que toma tempo e seus competidores não vão conseguir criar algo semelhante do dia para a noite.

O primeiro passo para conquistar bons resultados em mídias sociais, é saber escolher os canais mais indicados para sua empresa e isso varia de acordo com o público que sua empresa pretende impactar. A grande sacada é estar onde está mais presente seu público-alvo ideal. Não se deixe guiar pela rede do momento e procure, ao invés disso, manter um contato próximo com o seu alvo. Converse com alguns de seus clientes atuais e potenciais e tente descobrir o que eles estão usando de fato em seu dia a dia.

Independente disso, como ponto de partida, vamos passar um breve resumo das características das principais redes para permitir que você possa avaliar qual se adequa mais ao perfil do seu negócio e ao do seu público de interesse. Conheça as particularidades de cada uma para ajudar na sua decisão:

Facebook: É a rede social com maior número de usuários ativos no Brasil e no mundo e não só tem mais usuários como também o tempo que esses usuários gastam ali impressiona. Por isso é uma opção indicada para qualquer tipo de negócio, mesmo os B2B. Só lembre-se de criar páginas, não perfis.

Twitter: Uma das principais fontes de tráfego e Leads, é um canal simplificado de interação, feedback e atendimento ao consumidor. O compartilhamento de links também é o que acontece com maior frequência por lá. Se o seu público é um grande consumidor de conteúdo, a rede é perfeita para se comunicar com ele. Outra vantagem é que os posts são públicos e pesquisáveis. Ou seja, é uma ótima opção para diversas empresas também.

LinkedIn: Muita gente ainda pensa que a única utilidade desta rede é procurar ou divulgar vagas de emprego. No entanto, ela pode garantir bons resultados em marketing, principalmente para empresas que realizam vendas corporativas, seja se relacionando com as pessoas certas, discutindo conteúdo sobre seu negócio em fóruns, publicando atualizações de status em nome do funcionário ou da empresa ou ainda realizando anúncios bem segmentados pelo cargo e tipo de empresa.

Google Plus ou Google+: Por ser a rede social do Google, tem grande peso para o gigante das buscas. Mesmo que ainda não tenha uma audiência muito consolidada, pode valer como investimento para o futuro.

Existem ainda várias outras redes que podem ser utilizadas: Youtube, Slideshare, Instagram e etc. Todas elas têm seu valor e podem ser analisadas caso a caso, de acordo com o perfil da sua empresa.

O ponto é que fotos, vídeos e slides, por exemplo, podem ser publicados nessas redes, mas compartilhados no Facebook ou Twitter. Sendo assim, não é preciso construir uma audiência nos diferentes canais. Priorize seus esforços naquilo que for mais relevante.

O monitoramento em redes sociais

Apesar de o monitoramento das redes sociais ser praticamente obrigatório, médias e pequenas empresas possuem recursos limitados e, na hora de investir em marketing digital, é preciso garantir que esses recursos sejam alocados de forma que ofereça o maior retorno possível.

Por isso, o mais indicado é deixar de lado toda a complexidade de análise necessária ao monitoramento de grandes empresas. Para os médios e pequenos negócios, não é comum que exista um número enorme de menções diariamente.

Portanto, não faz muito sentido agrupar essas menções em diferentes classificações, fazer análise de sentimento ou produzir relatórios que provavelmente não vão ter nenhuma relevância estatística.

O objetivo mais importante é responder rapidamente às interações demandarem resposta e aproveitar as oportunidades de engajamento que a audiência oferece. Em grande parte dos casos não é preciso contratar um software exclusivo para monitoramento de redes sociais, mais complexo e cheio de funcionalidades específicas.

O mais importante é condensar as menções e garantir que sejam vistas ao menos uma vez ao dia. Como não há pessoas exclusivas para esta função e isto não está no dia-a-dia dos gestores, uma funcionalidade que ajuda bastante é o envio do resumo dessas menções por email.

Vender

Um passo essencial para o sucesso das conversões é garantir que os times de vendas e de marketing estejam trabalhando em harmonia. O marketing tem um papel muito importante nesse processo, que é entregar Leads qualificados como oportunidades para o time de vendas. Também é importante fornecer informações sobre o Lead e mostrar o contexto do relacionamento que o potencial cliente teve com a empresa.

Do outro lado da equação, Vendas deve tratar os Leads gerados no site de forma diferente como trata nas prospecções ou nos pedidos que a empresa recebe, já que muitas vezes esses Leads ainda não estão prontos para comprar a solução. O ideal é que os vendendores mantenham uma postura consultiva e procurem ajudar o Lead a enquadrar melhor o problema e aos poucos desenhar uma solução encaixando o produto ou serviço da empresa.

Alinhamento Marketing e Vendas

Há um checklist de etapas e itens fundamentais para se fazer um bom alinhamento entre essas duas áreas:

  1. Concordar na terminologia: definir o que é um Lead qualificado, ou seja, um Lead que o Marketing pode passar para Vendas fazer a abordagem. Essa qualificação usualmente é dada por critérios relacionados tanto ao perfil do Lead (ex. segmento, cargo, tamanho da empresa, região, etc.) quanto ao interesse demonstrado por ele (ex. tipos de conversões no site, tempo e número de interações com a empresa, palavra-chave usada em pesquisas, etc.)
  2. Definir metas de geração de Leads qualificados: Para chegar nesse número, basta fazer o cálculo reverso a partir da meta de novas receitas que a empresa espera.
  3. Quantas novas vendas devo fazer?
  4. Quantas oportunidades devem ser trabalhadas pelos vendedores para se chegar nesse número?
  5. Quantos Leads qualificados devem ser gerados mensalmente pelo Marketing e repassados para Vendas para chegar nessas oportunidades?
  6. Definir um “Acordo de Serviço” entre as áreas: esse acordo são as regras que cada área respeitará no relacionamento com a outra. Os compromissos mais comuns que o Marketing assume são, além da meta de Leads qualificados, uma velocidade de entrega desses Leads ao longo do mês e formato de notificação e repasse dos Leads para Vendas. Enquanto isso, Vendas se compromete com um tempo máximo de resposta/atendimento a esses Leads, um número mínimo e máximo de tentativas de abordagem e uma forma de devolução para o Marketing se o Lead ainda não está preparado.
  7. Combinar Feedback: É importante ter conversas frequentes entre as áreas para melhorar a prática no dia-a-dia e, se for o caso, reavaliar critérios. Exemplo: vendedores podem realimentar o Marketing com informações sobre tipos de Leads que convertem (compram) melhor que outros, enquanto os profissionais deste setor podem informar sobre tipos de conteúdo que têm maior sucesso (correlação com vendas) para os vendedores usarem para educar seus clientes ao longo do processo de compra.
  8. Setar campanhas de nutrição de Lead automatizadas: identificando corretamente os diferentes tipos de Leads e estágios de compra, com o auxílio de uma ferramenta adequada é possível pré-configurar diversas campanhas automatizadas de nutrição dos Leads. Além de auxiliar o Marketing a “esquentar” os Leads e, assim, gerar um número maior de Leads qualificados mensalmente (e então chegar mais fácil nas metas acordadas), essas campanhas também permitem que os vendedores possam focar nos Leads que estão mais “quentes” e devolver os outros para serem retrabalhados pelo Marketing sem correr o risco de perder oportunidades.

Analisar

A capacidade de mensuração é uma das grandes vantagens do marketing digital. Para uma empresa com orçamento limitado, é essencial conseguir entender bem o quanto cada investimendo tem trazido de resultados. É isso que permite uma análise detalhada para, então, maximizar o investimento no que está funcionando bem e otimizar ou cortar as ações que precisam de ajustes.

As métricas do funil da etapa de vendas – como o número de visitantes, Leads e oportunidades geradas estão entre as mais importantes para analisar exatamente porque mostram de forma rápida quanto o investimento no Marketing Digital está oferecendo de retorno para o negócio. Depois desse primeiro nível, o ideal é entrar em cada fonte de tráfego e entender o quanto cada canal tem contribuido na geração de Leads.

A partir disso podemos olhar métricas específicas das ações mais importantes e encontrar as melhores oportunidades de otimizações. A ferramenta de Web Analytics mais conhecida e utilizada no mundo é o Google Analytics. No entanto, ao mesmo tempo em que ele fornece dados completos e profundos, pode ser de difícil compreensão para a maioria dos profissionais.

Existem algumas ferramentas que ajudam a interpretar melhor o Analytics, enviar relatórios no corpo de emails, entre outras coisas. Se sua empresa preferir se manter apenas com o Google Analytics, é importante não se perder no mundo de possibilidades oferecidas e focar naquilo que realmente faz diferença.


Como colocar tudo isso em prática

Sabemos que para quem está iniciando suas estratégias em Marketing Digital, são infinitas as possibilidades e não é uma tarefa fácil saber por onde começar a implementar ações. Muitas empresas se deixam levar pelo que mais têm buzz no momento e é comum não conseguirem identificar o que de fato traz e o que não traz resultados reais para o negócio. Tudo isso pode fazer com que o retorno do investimento demore ainda mais para se concretizar.


Fontes: Livro Administração de Marketing, por Philip Kotler e revista HSM Management